terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Partido e Juventude celebram a eleição de Renata Bueno para o Parlamento Italiano



Por: Assessoria do PPS 

A ex-vereadora de Curitiba, Renata Bueno (PPS), fez história nesta terça-feira ao ser declarada pela justiça eleitoral da Itália como a primeira brasileira a ser eleita deputada para o Parlamento da República Italiana. Ela vai ocupar uma das quatro vagas destinadas aos italianos ou sul-americanos com dupla cidadania residentes no América do Sul. Advogada, Renata Bueno percorreu o Brasil e a Argentina, desde janeiro, fazendo campanha pelo movimento Unione Sudamericana Emigrati Italiani (USEI). Sua chapa conquistou 21 mil votos no Brasil e 18 mil na Argentina. A posse dela acontece no dia 12 de março.

Para Renata Bueno, ser a primeira brasileira no Parlamento italiano é uma grande responsabilidade. “O Brasil espera de mim um bom trabalho. Representar os italianos do nosso país aqui  (na Itália) vai ser um orgulho para todo o nosso grupo”, disse. 
Segundo a nova deputada, sua eleição é uma vitória do PPS, que trabalhou não somente nas hostes partidárias por sua candidatura, assim como buscou apoio institucional para que sua eleição se tornasse realidade. “Viajei por todo o país. A minha candidatura foi aceita por políticos dos mais diversos partidos. Esse é mais um desafio que nos encoraja e anima muito”, afirmou.

Além de Renata, foram eleitos pela América do Sul Ricardo Merlo e Mario Borghese, do MAI, e Fabio Porta, do PD.

Perfil e envolvimento com a política italiana

Envolvida com a comunidade italiana há dez anos, quando iniciou a especialização em Direitos Humanos pela Universidade de Padova, Renata – que é dirigente do Partido Democrático – se envolveu com a questão eleitoral a partir do convite do senador Edoardo Pollastri e integra uma lista cívica pelo movimento Unione Sudamericana Emigrati Italiani (USEI).

Suas propostas de trabalho contemplam a defesa dos interesses da comunidade italiana residente na América do Sul, com ênfase ao Brasil. “A meu ver, até este momento a atuação dos parlamentares eleitos pela circunscrição exterior está bastante aquém do esperado. Promoverei políticas públicas e ações para fortalecer esse desempenho, usando essa oportunidade para apresentar o Brasil como um atual protagonista da economia mundial, que pode e deve contribuir com a Itália neste momento de crise econômica”, fala a candidata. “Defendo a abertura de novas fronteiras para a juventude que quer estudar e também incentivar a sua experiência profissional, além de dar total atenção aos serviços prestados pelo Governo italiano aos seus descendentes espalhados pelo mundo”, completa.

Renata Bueno também trabalhará para solucionar problemas específicos da comunidade ítalo-brasileira, como a insuficiente estrutura diplomática – que faz com que a esfera consular não consiga atender a todas as demandas –, a questão das pensões e aposentadorias, a diminuição de investimentos na difusão da cultura italiana e a consequente desvalorização da comunidade descendente que vive fora da Itália.

“Além destes problemas típicos, defendo a firme atuação com base em quatro pilares, que englobam a questão da formação profissional, da cultura, do turismo e da economia”, diz. “Meu ponto forte é que já possuo ampla experiência parlamentar, o que me concede bagagem política para chegar no Parlamento Italiano com conhecimento de articulação e de desenvoltura do mandato”, finaliza.

Currículo e atuação parlamentar

Renata Bueno é italo-brasileira nascida em 1979 em Brasília, advogada especialista em Direitos Humanos pela Universidade de Padova e Mestre pela Universidade de Roma Tor Vergata, onde faz Doutorado.

Militante política, filiada ao PPS, foi eleita, em 2009, a vereadora mais jovem de Curitiba, a maior cidade do Sul do Brasil, marcando seu mandato com projetos de incentivo à cultura, educação e direitos humanos.

Entre seus projetos implementados está o intercâmbio entre as Universidades Federal do Paraná, de Curitiba, e a Tor Vergata de Roma, viabilizando diversos programas nas áreas de Medicina, Fisioterapia, Educação Física e Direito. Além disso, a atuação em projetos da União Europeia para o Brasil, especialmente nas áreas de direitos humanos, cultura e esportes.

É idealizadora da Virada Cultural de Curitiba, inspirada na Notte Bianca, de Roma, bem como madrinha da festa Mia Cara Curitiba, em homenagem à cultura italiana no Brasil, além de criadora do Grupo Parlamentar Curitiba/Itália.

Dirigente partidária na Itália há dez anos, Renata também é diretora da Fundação Astrojildo Pereira de estudos políticos, além de membro da Comissão de Gestão Pública da OAB-PR. Foi convidada pela Unione Sudamericana Degli Emigranti a ser candidata ao Parlamento Italiano nas eleições de 2013. É filha do líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR).

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Programação do Encontro Nacional da Juventude


III Encontro Nacional da Juventude

Dia 23.03 – sábado
O8h às 10h – Credenciamento
10h às 12h – Mesa de Abertura
MESA: PPS e JPS – Uma idéia na cabeça é o 23 no Coração – Uma só voz!!!
- Roberto Freire – Presidente Nacional do PPS
- Rubens Bueno – Líder da Bancada do PPS
- Caetano Araújo – Presidente da FAP
Andreia Lamaison – Mulheres do PPS
Ricardo Young – Núcleo Ambiental do PPS
Francisco Ferreira -Chiquinho – UGT
Luiz Balden  – Vice prefeito JPS-PPS Sumaré
Raquel Dias – Coordenação Nacional JPS
Almoço
14h – Mesas de Trabalhos :
Construções de propostas e parcerias a ser apresentadas ao PPS e seus grupos de cooperação em cima do que foi discutido pelos seus representantes e a JPS a ser entregue de forma oficial ao PPS na próxima reunião do Diretório Nacional em Julho.
MESA: Formas de atuação
Relação Institucional PPS – JPS – David Saraiva
 Mulheres – Katlin Kalmon
 Legislativo – Ver da JPS por Goiânia
 Sindical – Leonardo Cavalcante RJ
ME – Glauber Teixeira ES
Parlamentar – Josi Mendes PB
Gestor publico - Secretario de esporte de RN membro da JPS
Rede: Raulino Oliveira
Conselhos: Renato Felix
15:30 – Avaliação da Campanha onde tem PPS tem JPS.
Apresentação: Manuel Almeida AM e Flavio Lentilha PR
16:30 Espaço aberto:
Momento para troca de experiências, encaminhamentos e debates abertos sobre o encontro.

19h – Encerramento


Dia 24.03 - Domingo
09h – Debate do DOC. Base do Encontro.
Apresentação – Claudio Vitorino e Prof. Demetrio Carneiro
Mediador: Pedro Aurek MG
10h - ABERTURA PARA PLENÁRIA PARA APROVAÇÃO DO DOCUMENTO
12h – Almoço
14h – Congresso Nacional da JPS em debate
Propostas e Regras para o congresso da Juventude.
Apresentação: Tiago Simão

17h – Congresso Nacional do PPS
Propostas da Juventude para o Congresso Nacional do PPS
Apresentação: Raquel Dias
18h Encerramento

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Yoani Sánchez e a caminhada pela democracia cubana



A bancada do Partido Popular Socialista (PPS) na Câmara dos Deputados manifesta publicamente apoio à visita da blogueira cubana Yoani Sánchez ao Brasil. Símbolo da luta pela democracia em seu país, ela vem sendo alvo de diversos protestos em nosso território. Como a própria Yoani ressaltou, isso é um sinal de que no Brasil o cidadão pode exercer plenamente os seus direitos, se manifestar publicamente e gozar por inteiro o exercício democrático de opinião.
No entanto, o PPS condena a utilização do aparelho estatal e a participação de funcionários do governo, até do Palácio do Planalto, na distribuição de um dossiê delirante contra a blogueira, que nada mais fez em seu país do que lutar pelos direitos básicos de liberdade de opinião e manifestação de um povo.
Democracia e liberdade de opinião não podem descambar para manifestações de fanatismo retrógrado. Nesse sentido, o partido considera inadmissível manifestações como a ocorrida contra a blogueira no município baiano de Feira de Santana. Raivosos, os manifestantes, que acusam Yoani de agente do imperialismo americano, impediram a exibição de um filme que conta com um depoimento da blogueira.
São esses mesmos patrulheiros ideológicos que, ao se depararem com incentivos do governo do PT para montadoras de veículos e multinacionais de vários setores, nada protestam. Ao contrário, aplaudem.
A caminhada de Yoani merece o apoio de todos que lutam pela liberdade dos povos e defendem a plena democracia. E o governo brasileiro tem a obrigação de garantir a segurança e o pleno direito de ir e vir da blogueira durante a sua passagem pelo país.
Brasília, 19 de fevereiro de 2013
Deputado federal Rubens Bueno (PR)
Líder do PPS

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Chamada para a 5ª Semana Social Brasileira - Juventude



‎5ª Semana Social Brasileira lança vídeo enfocado a força da juventude nos processos de mudanças do país

A coordenação da 5ª Semana Social Brasileira divulga mais um vídeo com o objetivo de mostrar o rosto jovem do Brasil. Com uma população estimada em cerca de 53 milhões de habitantes, a juventude brasileira é parte essencial para a mudança das realidades que se buscam para um mundo melhor e mais justo.

"Muitos de nós estamos inseridos/as em diversas frentes de luta por questões relevantes para a juventude brasileira, mas é necessário provocar nos jovens o desejo especial por participar desta 5ª SSB, pois ela nos ajuda a aprofundar o que parece ser mais essencial, que é a discussão e a possibilidade de construção de um novo Estado. Precisamos compreender nosso papel fundamental no futuro, mas também no presente da sociedadebrasileira, construindo juntos/as este novo jeito”, convoca o folder da Semana.

Com base nos problemas enfrentados pelos jovens de todo o Brasil é que a 5ª SSB quer trazer para o debate o que vem sendo construído nos mais variados campos de organização promovidos pelas juventudes. Neste sentido, o vídeo quer mostrar a cara dos jovens, como eles se organizam e o que fazem participar de processo políticos e de transformação dos modelos que geram a morte de jovens.

De acordo com a organização da 5ª SSB os/as jovens devem ser entendidos/as também como sujeitos/as protagonistas da construção de uma sociedade de fato fraterna, justa e solidária. A parcela que mais sofre é a juventude, pois vive uma situação de desemprego, precarização do trabalho, educação precária, violência e extermínio, predominantemente a negra.

Nesse contexto, o maior responsável por essa situação que se encontra a juventude é o modelo desenvolvimentista implantado no Brasil, cujas bases encontram-se no modelo de produção e consumo capitalista-imperialista.

"Este modelo está baseado na acumulação do capital, especialmente pelos bancos e multinacionais, que aliados aos governos, promovem voraz ataque às riquezas e ao território, provocando injustiças socioambientais e o empobrecimento da juventude rural e urbana, em especial os jovens negros, mulheres e indígenas. Sabemos que o governo brasileiro tem avançado quando se trata de Juventude. Conseguimos, ao longo dos últimos anos, grandes conquistas, que só foram possíveis com a mobilização das organizações juvenis de todo o país”, expressa o material da Semana.

Com informações de Geysla Viana.

Espírito Santo funda JPS MUNICIPAL de VILA VELHA



Em concordância com a campanha “Onde tem PPS, tem JPS”, a Juventude Popular Socialista do Espírito Santo esteve nesta segunda-feira (18/02/2012) no município de Vila Velha para institucionalizar a JPS local.
Participaram da reunião cerca de 25 pessoas, entre elas o Coordenador Político da JPS Espírito Santo, Glauber Teixeira, o Presidente do PPS de Vila Velha, Marcelo Vianna e o vereador Ricardo Chiabai, além do companheiro José Ramalhete que foi eleito Coordenador Político da JPS Vila Velha.
Aproveitando a ocasião foi refeito o convite a todos os militantes da JPS para o Encontro Nacional da JPS que será realizado em Brasília nos dias 23 e 24 de Março.
A institucionalização das JPS Municipais fazem parte do planejamento da JPS Estadual, que planeja institucionalizar outras quatro instâncias da Juventude Popular Socialista até o final de Março. Ainda dentro do planejamento está o crescimento da JPS dentro dos movimentos de base, principalmente o Movimento Estudantil.

Com informações de Glauber Teixeira.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Confira Entrevista de Renata Bueno, candidata ao Parlamento Italiano



Um pouco mais de possível, é necessário!



* Por Geysla Viana

A cada ano, no mês de julho, com a comemoração do aniversário de promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, somos bombardeados por diversos meios (mídia, movimentos sociais, conselhos de direitos, organizações da sociedade civil, etc) a repensar e/ou criticar sobre a implementação deste. Vê-se que o ECA ainda precisa deixar de ser visto só como mecanismo de proteção aos que cometem atos infracionais ou, como se fala: “pra defender bandido”, mas um pouco mais como um produto resultado de um tempo de lutas pelos direitos humanos daqueles que mais precisavam (e precisam) do seu reconhecimento e garantia e, pelo desenvolvimento auto-sustentado.

Já não bastasse esse “apelo midiático invariável” temos recentemente um momento marcado por ações higienistas de retirada dos chamados “noiados” das ruas das grandes capitais do Sudeste do país nas dramáticas “cracolândias” reais ou imaginárias imbuindo ao senso comum um único tipo de tratamento a usuários de drogas: as internações em comunidades ou clínicas terapêuticas, involuntária e/ou compulsoriamente.

A discussão sobre políticas voltadas a usuários de drogas extrapola a midiática polarização entre abstinência ou redução de danos, legalização ou proibição do uso, e ultrapassa até mesmo, ainda que sem desconsiderá-las, as questões de saúde pública e justiça criminal. É necessária a responsabilidade dos governos e da sociedade civil somada a uma mudança de pensamento por parte de tod@s, a quebra de paradigmas, estigmas e tabus.

Para além do ponto de vista farmacológico, é preciso antever a quantas anda a (in) satisfação das principais necessidades nos âmbitos social, cultural, afetivo, biológico, psicológico dos sujeitos. Entendendo-se que a nossa capacidade ou fragilidade humana para enfrentar os desafios dependem de um conjunto integrado de aspectos individuais, sociais e institucionais, é necessário efetivar-se uma política que oportunize aos usuários de modo nocivo e problemático de drogas lícitas e/ou ilícitas à atenção integral com a qualidade dos serviços ofertados (ou não) pelas políticas sociais..

Adotando essa prática, fatores como acesso à informação, grau de escolaridade, disponibilidade de recursos materiais e imateriais, poder de influenciar decisões políticas e possibilidades de enfrentar barreiras culturais se apresentam como espelho das condições de bem estar e sustentação social, que envolvem ainda moradia, acesso a bens de consumo e grau de liberdade de pensamento e expressão.

Outro tema sensível à sociedade brasileira da contemporaneidade é a redução da maioridade penal, somada ao levante de outras discussões (as reformas dos códigos penal e civil) trago-lhes os indicadores divulgados no último dia 18 de julho pelo Mapa da Violência 2012 – Crianças e Adolescentes do Brasil. O mesmo revela que os assassinatos de jovens até 19 anos cresceu 376% desde 1980, enquanto o total de homicídios com vítimas de todas as faixas etárias subiu 259%.

Os números também revelam que há baixíssima tolerância, em geral, para atos de delinquência ou de simples rebeldia praticados pelos jovens. De modo geral, os governos e, em especial os agentes públicos encarregados da segurança, não conseguem lidar bem com o comportamento muitas vezes desafiador da juventude é o que denuncia: os casos em que os autores das mortes são policiais são os muitos casos que engrossam as estatísticas de violência para com estes jovens.


Assim, numa sociedade que ainda não se livrou do autoritarismo, a juventude não mata mais e, sim, morre mais. São sujeitos que compõem um “tipo social” marcado por um estilo de “sujeição criminal” e, ainda são temidos por viverem numa geração estigmatizada. São indivíduos que desviam, transgridem e que rompem com a ordem tradicional e que, na ausência de um contexto referencial de proteção e com direitos violados (aonde na maioria dos casos a única política que chega em suas comunidades subalternadas são as de operação intensiva e ostensiva) acabam incorporando práticas prejudiciais, passando a serem vistos simplesmente como riscos à sociedade, “marginais”.

O desafio, senão o único lembrado atualmente, é superar os ditames da criminalidade e da drogadicção consequentes do uso problemático de drogas. Mas antes, é preciso um olhar cuidadoso, senão afetuoso – afinal, quem não gosta de carinho? Trata-se de vê-los além do que está visível, ou seja, além dos modos de vestir, falar, da postura contestadora, às vezes ameaçadora e do próprio uso de drogas. Tem de ser vistos na sua integralidade enquanto seres humanos, para além do ato infracional ou conduta de risco.

O que ressalto é a perspectiva das ações intersetoriais e transdisciplinares das políticas públicas; é a importância de se considerar a perda da linearidade e de um padrão único de comportamento e ações para os que se encontram em situação de vulnerabilidade, acreditando em possibilidades de trajetórias intermitentes e reversíveis, deixando para trás a confortável “demonização do drogado” e, ainda, refletindo seriamente sobre a sua condição paralela de bode expiatório do crime organizado que, por vezes em conivência com o próprio poder público, está a serviço de interesses meramente econômicos e altamente lucrativos.

Sob o som da mesma nota distorcida tem-se diversos programas ditos policiais na imprensa concedida expondo diversas situações de violências à nossas crianças, adolescentes e jovens - uma imprensa reforçando o que “todo mundo” já está pensando sobre o assunto. Assim, apregoam através de índices altíssimos de audiência a visão do senso comum, capitalizando política e financeiramente “líderes” e modelos que estão atrelados a, no mínimo, violações aos direitos humanos.

Elementos do nosso cotidiano recebem tratamento estético e discursivo, adquirindo a dimensão de espetáculo da realidade, naturalizando e disfarçando a exposição e humilhação de determinados segmentos sociais, fortalecendo estigmas e atentando contra seus direitos como pessoas humanas. As questões trazidas na veiculação destes programas envolvem uma reflexão sobre gênero, raça, geração, classe social, democratização dos meios de comunicação, representações sociais, opressão, direito à fala, etc.

Urge a realização de um movimento capaz de construir uma outra comunicação, que seja promotora e não violadora de direitos. Mas a quem interessa manter uma programação que fomenta a intolerância, a homofobia, o preconceito, que criminaliza os pobres? Neste espaço onde dizem ser o local onde os pobres mais aparecem, é também o espaço onde se processa um discurso de criminalização, de estigmatização da pobreza, coação, prejulgamento e exposição vexatória.

“Um pouco de possível, senão eu sufoco”, pedia Deleuze. A meu ver, a frase mais pertinente do que nunca diante da complexidade das representações sociais, da banalização das violências, da ignoração ou subestimação de disfunções e sofrimento social que nos permeiam. É preciso sonharmos e concebermos uma política que propicie uma sociedade verdadeiramente altera, na qual “uma pessoa diferente” possa viver sua experiência diferente sem limitações e que possa aprender a conviver com sua diferença e com as dos outros ao seu lado e não acima ou abaixo de si.

Para falar em alteridade, desenvolvimento humano e efetivação de direitos é preciso acima de tudo, haver justiça. Por isso é necessário à toda a sociedade olhar e/ou vivenciar situações que possam romper com o olhar e trato preconceituosos sobre crianças, adolescentes e jovens. É necessária constante reflexão sobre a nossa prática cotidiana repleta de manifestações de violências. Ações, palavras e atitudes intencionais nas diversas relações interrelacionais de não reconhecimento do outro como sujeito de direitos, são registros cristalinos das violências que nos permeiam, trazendo consigo a digital de serem frequentemente banalizadas e, tornam-se naturais, aceitáveis, às vezes imperceptíveis.

Num ano eleitoral entendo/compreendo que a capacidade daqueles que pleiteiam cargos públicos é de escutar e tomar decisões sobre os projetos de vidas de cada “diferente” principalmente das nossas crianças, adolescentes e jovens de nossas cidades, devendo romper com modelos excludentes e discricionários com uma compreensão ampla ultrapassando o senso comum.

* A autora é coordenadora estadual da JPS no Estado do Ceará, Pedagoga, milita e trabalha na área de promoção e defesa dos direitos humanos de crianças, adolescentes e jovens.